sábado, 13 de novembro de 2010

REFLEXÕES! SALVE SALVE PLÍNIO MARCOS

"Não entrei na trilha dos saltimbancos por acaso, nem para ser um reles fazedor de graça. Eu queria consagrar a minha vida através de um imperioso apelo vocacional. Mas as pessoas, com suas receitas de sucesso, sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma sensibilidade, vieram me falar de mil e um palhaços geniais. Tem um que comove multidões ao aprisionar um raio de sol pra levar pra casa...Tem um que faz balões de gás dançarem alegremente ao som de seu trompete...Tem um que ridicularizou um tirano, um assassino sanguinário que queria ser o senhor absoluto do mundo...Tem um comprido, de calça na canela,arcado para a frente devido ao pesado fardo da Indignação contra a mecanização imposta ao homem moderno...Tem o magro sonso...E o gordo ingênuo e bravo...Tem os que dão piruetas, saltam, dão cambalhotas, levam bofetões...Tem os que tocam música clássica em garrafas vazias penduradas num varal...Tem outro... e outro... e outro...Tem aquele pobre palhaço louco que andava pelas igrejas jogando malabares diante das imagens da Santa Maria; esse, me disseram, morreu enforcado na cruz do Senhor Jesus Cristo,numa catedral gótica...Escutei humilde a história de cada um desses incríveis artistas que viajavam pelas vias da loucura. Saber desses
palhaços...para mim, Bobo Plin, um palhacinho de merda que começava a engatinhar nos picadeiros mal iluminados das espeluncas...saber desses palhaços só serviu para me tolher. Quanto mais eu sabia deles, mais e mais Bobo Plin, o palhaço que eu queria ser, se enroscava nas minhas entranhas. A referência esmagava minha intuição e provocava auto-censura. A comparação, maldita inimiga da igualdade, fazia dos magníficos histriões elementos inibidores da minha criatividade. Agora, Bobo Plin não quer saber da façanha desses belos palhaços. Não quer vê-los. Nem quer saber de seus bigodes, sapatões, guizos, pompoms, bolas, balões e babados. A magia dos grandes artistas não pode ser ensinada; são segredos que se aprende com o coração.
Essa magia se manifesta quando se resolve fazer a própria alma. Para Bobo Plin se irmanar com os grandes palhaços que luziram nos palcos e picadeiros tem que se esquecer deles para sempre. Não pode recolher nenhuma indicação deixada no caminho. Tem que andar sem bússola, na mais tenebrosa escuridão. Qualquer brilho, qualquer estrela, qualquer sol, qualquer referencial vira um ponto hipnótico embrutecedor. E eu quero fazer a minha alma."

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fotos da Mobilização do Teatro e Circo e de Rua














Fotos de Eliaquim Maia articulador da rede maranhense de artes cênicas
MAI FOTOS NO SITE
http://picasaweb.google.com.br/117271377783361862054/Mobilizacao#

SALVE O TEATRO DE RUA!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

RELATO DA MOBILIZAÇÃO DO DIA 23 DE AGOSTO DE 2010

Chegamos na praça deodoro 11: 30, logo ao chegarmos já nos deparamos com varias das dificuldades que temos no dia dia do teatro de rua, não havia ponto de luz, conversa dali conversa de lá e ninguem queria compartilhar durante 1 hora e meia sua tão privada LUz.
A policia com seu trailler, que mais parece uma casa, não queria nem que chegassemos perto da sua cabine?!
será que somos contagiosos ou contagiantes!?
Ainda bem que nessas minhas jornadas de 10 anos no teatro de rua me deram a sabedoria de comprar uma extensão bem grande, quebra um galho! pois sempre alcança um ser humano generoso,
A qustão da luz foi resolvida e iniciamos nosso ato, mais dai apareceu o povo dos papeis das autorizações,queriam nos expulsar dali, então batemos o pé não arredamos e ate queriamos que eles fizessem alguma coisa, afinal nossa intenção era chamar atenção da midia, dos politicos, das instituições de todos...
Mas, que pena! eles ficaram com receio, e nos deixaram fazer a mobilização...
Tivemos poesia, musica, performance com a Palhaça Flori d'Bar
A chuva deu o ar de sua graça, e nosso som não quiz mais funcionar, e então fizemos tudos no gogo, o povo passava olhava, ficava um tantinho e depois se ia nas sua proprias lutas e conquistas, um desses anônimos conhecidos pegou o nosso pandeiro e fez côro conosco em nossas batucadas , maravilha...
Eramos poucos, mas conscientes desta ação
Ao final conversando com o Valber da rede de artes cenicas, falou algo que só refleti depois, com o corpo já mais relaxado:"- precisamos puxar a orelha na rede, na hora a conquista é para todos...
Valber estava certo! muitos não estavam presentes naquele ato, e muitos eram os motivos, afinal de contas lembro bem, quando foi chamado o ato para combater o tal Edital universal da SECMa, era mais quem se pronunciava, claro era um ato que versava sobre recursos...Porem este ato do dia 23 versa sobre o direito!
Então eu refleti. Quem optou por não lutar pelos seus direitos foi quem saiu perdendo, eu e todos os que se fizeram presente na Praça Deodoro, saimos alimentados, empoderados, afinal percebemos que quando queremos, podemos e devemos estar na rua sem autorizações, é preciso radicalizar, neste ato me senti mais do teatro de rua do que em qualquer apresentação que já tenha feito, pois gritamos, e nos apoderemos do que é nosso!
A mensagem foi levada, a conquista deu seus passos
Quando tiver outra dessas eu to lá...
por isso enumero e agradeço, em nome do Movimento de Circo e Teatro de Rua no Maranhão, meu amigos de sol e chuva neste inesquecível dia 23 de agosto de 2010
Dathy Bezerra e a Palhaça Florid'bar que estreou seu novo sapato, sapato de militante!-Cia Chegança
Afonso Bagui - com sua poetica de Castro Alves- Cia Chegança
Célida Braga - voando como passaro- cia Huhuhu de Circo e teatro
Valberlucio Pereira - Produtor Cultural - mostrando sua facetas de musico e cantor
Iure Olinda - como ele mesmo diz "pau pra toda obra"
Fabian - artesão e que ressou sua flauta em prol do teatro de rua
Carol- que nos ajudou muito nas indas e vindas com caixa de som
Diana Matos- cantora e atriz que afinou o coro dos descontentes-Cia chegança
Eliaquim Maia- batucando, fotografando, compartilhando...
e mais dois companheiros da HUHUHU que , desculpe-me mais não sei o nome
Acho que não esqueci ninguem não é?

Salve o Teatro de Rua!
Valeu Rede de Artes Cênicas do Maranhão
Valeu Movimento de Circo e teatro de Rua no Maranhão
abração
Raquel Franco
atriz, Palhaça e historiadora
http://brincantenarua.blosgpot.com

domingo, 22 de agosto de 2010

CIRCULUZ BRINCANTE NO 2° FESTIG - FESTIVAL DE IGARASSU



Começa dia 03 de Setembro de 2010, uma programação para todos gostos, teatro para adultos, infancia, teatro de Rua, Teatro de Bonecos, Exposições, Leitura Dramatizada, oficinas e muito mais. Confira a programação que vai até o dia 12 de setembro.
O 2º FESTIG – Festival de Teatro de Igarassu é uma ação cultural voltada para o município de Igarassu objetivando divulgar a produção teatral realizada na Cidade, no Estado de Pernambuco e em outros Estados. Trata-se de um projeto de fortalecimento para os grupos de teatro, onde se pretende além das apresentações de espetáculos teatrais, realizar Oficinas, promovendo assim, a formação e o encontro de artistas. O movimento teatral no Estado de Pernambuco, vem se consolidando, possibilitando as cidades à inserção no calendário cultural do país. A Cidade de Igarassu através de seus artistas e grupos de teatro se registra hoje como um celeiro artístico.
O Festival promove o intercâmbio com diversas cidades, participam trabalhos reconhecidos de várias regiões do País, este ano o evento conta com a presença de grupos da Cidade de Igarassu/PE, Olinda/PE, Limoeiro/PE, Vitória de Santo Antão/PE, Jaboatão dos Guararapes/PE, Recife/PE, Porto Alegre/RS, São Luiz/MA, João Pessoa/PB, Santa Luzia-Jaraguá do Sul / SC, possibilitando estudantes, artistas, educadores e público geral a ter acesso aos espetáculos e as oficinas, fomentando assim o teatro e contribuindo culturalmente para a cidade de Igarassu e para Pernambuco. A segunda versão é também a oportunidade para garantirmos a população sedenta de arte, o acesso gratuito a espetáculos, como bens de consumo, e particularmente a espetáculos teatrais de qualidade. O festival é uma realização do Grupo Teatral Ariano Suassuna, e tem a produção de André Ramos, o 2º FESTIG tem o Incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Educação e Governo do Estado.

sábado, 21 de agosto de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Maranhão Adentro

ESPETÁCULO CIRCULUZ BRINCANTE


MARANHÃO ADENTRO

REALIZAÇÃO: PREMIO MIRIAM MUNIZ DE TEATRO-FUNARTE

PRODUÇÃO: TAPETE CRIAÇÕES CÊNICAS






AMIGOS ESTOU NESSA JORNADA PELO MARANHÃO ONDE TENHO CONHECIDO MUITAS PESSOAS E COMPARTILHADO MOMENTOS UNICOS JUNTAMENTE COM IURE OLINDA, IANDARA LIRA E JONERO SANTOS, JÁ PASSAMOS POR SÃO BENTO, ARARI E AGORA DIA 26 DE ABRIL DE 2010 ESTAMOS EM AÇAILANDIA NO CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
são 09:43 da manhã-

darei um breve relato dessa idas e passadas por cidades bem diferentes

São Bento é uma cidade toda cercada de campos umidos muitos pescadores muitas historias, pessoas lindas, batalhando seu dia perto das aguas dos rios aura
em São Bento relizamos as oficinas numa quadra esportiva para jovens do Grupo Perizes de teatro e dança e para outros vindos de uma cidade proxima São João Batista. muitas descobertas pra mim e para eles foi fortalecedor fiz amigos para lembrar sempre.




Amigos e novos palhaços e palhaças: Bolacha, Fuá, Tunel, Omelete, Imbira, Minhoca e Vareta as novas fulôs de São bento

As apresentações foram otimas o teatro de rua ocupando as praças destas cidades as pessoas chegando e chegando e chapéu rodando que tinha dava e quam não tinha ria...

Keke kerubina fazendo ciranda do mundo girar...





São 14:26 do dia 28 de abril de 2010

Agora conversando um pouco sobre Arari

cidade de rios, do belo e envolvente rio pindaré com sua Pororoca e tudo mais...conheci artistas de diferentes grupos desta cidade e tambem anônimos artistas, como Pilica ou Maicon Gay


Bem, foi uma semana intensa de muita correria, como eles dizem por la: de muitos babados e aquers! RSRSR! e conseguimos realizar nossa missão nesta cidade.

Na oficina a galera saiu subindo no tecido muito bem, a palhaçaria linda, profundos palhaços e palhaçs, cada um com sua poetica. Bela de ver e descobrir.

Palhaços e Palhaças de Arari um grande abraço galera a gente se ve



na Praça da Santa e na Praça do Folclore Circuluz Brincante fez rodas de arrepiar, tems ido uma escola pratica essa intinerancia...


Vou colocar aqui fragmentos dos relatos que recebi de Samara Volpony atriz e dançarina da Cia Impacto de arari que é nossa parceria nesta circulação e de Edilson ator e dançarino da Cia Mistura tambem de Arari

Nada melhor que suas palavras para termos uma ideia desse encontro

"Comemoramos nesse mesmo dia nosso primeiro aniversário de Palhaços, onde fomos batizados palhaços e palhaças: Maguila, macarrão, torradinha, Pouca Roupa, Pilica...

Compreedemos que todos somos semeteiros, semeadores, e semeados, que o movimento artístico precisa unir forças.

somos nos que bombeamos sangue a todos os outros...

Em dois dias ficarão na historia de Arari, de cada um daqueles que vidraram, sorriam, que passavam e que temiam ás brincandeiras da palhaçs keke kerubina rosa vermelha do jardim da vida que muita vida e cura trouxe através do riso..." (Samara Volpony atriz e dançarina da Cia Impacto de Arari)


AGORA EM AÇAILANDIA

Em Açailandia contamos com o apoio do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, um espaço que alem de promover a luta e combate à violência contra criança também combate o trabalho escravo e desenvolve atividades culturais com grupos de teatro e dança.
Assim, nosso intercambio aconteceu justamente com estes grupos do Centro de Defesa dos Direitos Humanos. As oficinas aconteceram no próprio espaço deles, onde existe uma ampla sala de dança e ensaios.
Tivemos também na oficina uma participante pertencente a uma família circense, e que sabendo do Projeto se interessou em fazer a oficina de Tecido Circense aparelho que ela ainda não utilizava em no Circo da Alegria do qual faz parte e que se encontrava instalado em Açailandia.

As apresentações de Circuluz Brincante foram realizadas na Praça do Pioneiro e na Praça da Bíblia, na primeira tivemos a oportunidade de realizar o espetáculo conjuntamente com o ato publico pelo dia do Trabalhador, uma ação do Centro de Defesa, que é parceiro do Projeto, assim, tivemos um público formado não apenas por moradores locais, famílias como também os trabalhadores, militantes do movimento sem terra, trabalhadores e lideres rurais.
Foi um encontro renovador para o espetáculo e de muita aprendizagem, Nesse sentido começamos a perceber que muitos dos elementos estéticos e simbólicos do trabalho, já eram novos para este público, estávamos adentrando novas formações humanas com outras tradições, um outro Maranhão dentro do Maranhão.
O Cazumbá, por exemplo, era um personagem distante do imaginário da população de Açailandia, claro que muitos já ouviram falar, ou já viram, porem não era parte de sua construções culturais e identificatórias como na baixada maranhense.
Esta mesma característica aconteceu em Balsas e um pouco menos em Imperatriz.

IMPERATRIZ

A cidade de Imperatriz é considerada a segunda maior cidade do Maranhão, localizada no cerrado brasileiro, é uma cidade a margem do Rio Tocantins
Por se tratar de uma cidade maior que as demais por onde já havíamos passado, resolvemos descentralizar ainda mais as apresentações. Por isso realizamos o espetáculo em uma comunidade afastada e outra apresentação no centro de Imperatriz.
Na comunidade reuniu-se uma multidão formada de crianças, adultos, idosos e famílias em geral. Percebemos o euforismo com cada cena, cada episódio das gag’s e cenas de keke. Enquanto que no centro há brincadeira, descontração, mais não de forma tão intensa, como a identificada na comunidade.
Mostrando-nos a raridade que é essas apresentações nestes locais e como a atuação lá é importante.

A outra apresentação fizemos na Beira rio, local no centro de Imperatriz, com muito fluxo de famílias e crianças, um local mais turístico, assim o nível de interação e a reação da platéia as cenas se apresentou de outra forma.

Os outros 02 dias em Balsas foram com as apresentações do espetáculo, 01 apresentação em comunidade, nas adjacências da cidade e outra, no centro comercial de Balsas, com mais fluxo de pessoas.


BALSAS

Ao termino de nossos objetivos em Imperatriz nos encaminhamos para Balsas ainda mais ao sul do Maranhão terra de cerrado hoje ocupada pela atividade da soja. Foram mais de 7 horas de viagem ate chegarmos em Balsas.Lá tivemos o apoio da Cia. HUHUHU de Circo e Teatro, único grupo teatral da cidade


Em Balsas nos focamos na zona de rural, região denominada de Ingá, durante dois dias conversamos e trocamos conhecimentos sobre o fazer cênico na rua, de cada grupo. Assim, não realizamos uma oficina aberta à comunidade como nas outras 04 cidades, mas debatemos e realizamos intercambio teórico dos nossos espetáculos.
Lá não tínhamos luz elétrica, assim refletíamos sobre os meios de continuar desenvolvendo o teatro e o circo tendo como opção sua pratica na zona rural, especificamente dentro do cerrado.



TODO ESSE TEMPO QUE PASSAMOS NA ESTRADA ME FEZ SENTIR E PERCEBER QUE É NESSES CAMINHOS, CURVAS E REENTRANCIAS , QUE O ARTISTA PRECISA ESTAR, NÃO ME ENCHE O CORAÇÃO E OS OLHOS ESTAR EM CARTAZ EM UM GRANDE TEATRO, MAS ME CONVIDE PRA PEGAR A MALA DE KEKE E IR PARA O CHÃO DE TERRA BATIDA OU PARA PROXIMA PRAÇA DESSE MUNDÃO.


AI MAIS EU VOU, TENDO O MINIMO DE DIGNIDADE PARA REALIZAR MINHA ARTE E TENDO O NECESSARIO PARA ASSIM CONTINUAR.

EU TO DENTRO!

E NESSA CAMINHADA SURGIU ESSA CANTIGA:

Eu sou nega catirina

mulher de raça e de fibra

eu sou filha é da lua

brincante na vida

brincante na rua

eu cheguei nesse terreiro

que é a rua ou é a terra

com uma fulô no peito

pro ferta pre ça plateia







axé!



domingo, 31 de janeiro de 2010

Mensagem de Miguel Arcanjo

Saudações!
Enquanto os ventos da mudança continuam a varredura por cada faceta de vida na Terra, eu, Arcanjo Miguel, me coloco diante de vocês como um amigo, professor e servo de um campo unificado de consciência o qual sustenta toda a criação. Se vocês permitirem, poderão sentir minha presença tocando seu coração, lembrando-lhes que agora é a hora de revelar o presente que carregam.

Esse presente foi chamado de diversos nomes; hoje nós o chamaremos “sementes da mudança”.Sementes da Mudança Antes que encarnassem, vocês sabiam que o solo ou as condições na Terra poderiam não sustentar esse presente sagrado.
Vocês sabiam que precisariam mudar as condições inférteis para assegurar que essas sementes pudessem germinar. Muitos antes de vocês tentaram plantar essas mesmas sementes. Suas tentativas foram honradas, mas as sementes, em sua maioria, nunca receberam os nutrientes ou energia de que necessitavam.



Apesar disso, cada um de vocês voltou a esse planeta como portadores das sementes da mudança e, para sua grande surpresa, as sementes brotaram na Terra. Suas raízes desceram até uma rica jazida de nutrientes que é agora sustentada por um renovado espírito humano.Como guardiões dessas sementes, muitos de vocês passaram várias décadas refinando seu relacionamento ou conexão com o Espírito.
Vocês entenderam a um nível profundo que essas sementes só podem ser ativadas através do seu amor. Vocês exploraram a natureza de seus corações feridos, sua natureza humana condicionada, praticando uma variedade de diferentes modalidades de cura. Muitos de vocês começaram a experimentar uma espécie de vício nesse processo de cura. Vocês criaram uma crença de que o mensageiro, ou portador da semente, deveria curar tudo relativo à sua condição humana de modo a servir a esse presente sagrado com integridade e honra.
Durante esse processo, muitos de vocês também descobriram um profundo novo relacionamento com a sua alma, mas escolheram manter essa experiência para si. Vocês incorporaram uma espécie de iluminação não expressa. Todos vocês são profundamente honrados por estarem aqui. Eu, Miguel, dei minha palavra a cada um de vocês de que os lembraria de vez em quando da natureza sagrada do presente que carregam. É um presente que cada alma carrega, mas poucos o colocam a serviço.
Existe agora um pequeno, mas vibrante grupo de humanos que abandonou seu processo de cura e descobriu um novo sentimento de autoridade que utiliza muitas habilidades criativas. Eles conscientemente plantaram essas sagradas sementes em suas próprias habilidades criativas. Para alguns isso tomou a forma de um serviço. Para outros tomou a forma de um produto. Eles estão começando a celebrar sua expressão artística única.
Estão descobrindo que quanto mais compartilham esse presente, mais conectados se sentem à vida e a uma contínua corrente de apoio. Eles adotaram um novo relacionamento com o serviço que louva seu próprio senso de poder e abundância. Suas criações estão agora começando a tomar vida própria, atraindo recursos adicionais e pessoas para auxiliar-lhes. Nós celebramos essa nova tomada de consciência e lembramos a todos que isso é apenas o começo.
Apertem os cintos, vocês vão curtir esse passeio!Mudando o ColetivoEssas potentes novas sementes desenvolveram seu próprio sistema único de enraizamento. Elas estão apoiadas e interconectadas dentro de uma série de outras sementes sagradas que também germinaram. Isso por sua vez está deslocando o equilíbrio energético bem no centro de seu planeta. Uma vez que Gaia deve acomodar qualquer sistema de realidade que vocês escolherem, ela está agora acomodando um estado de consciência que é novo, profundo, e que altera a vida dentro e acima de sua crosta.
Para aqueles que se tornaram ativamente envolvidos em servir a essas sementes da mudança, nós notamos que muitos percebem a vida de uma perspectiva radicalmente diferente. Vocês reconhecem que seu serviço a si próprio era de fato uma parte essencial de seu crescimento. Em retrospecto, vocês enxergam o valor de seu processo de cura, pois esse desmascarou muitas ilusões. Vocês se tornaram conscientes de uma persistente nuvem de inércia que pairou acima de suas vidas por muitos anos, tentando negar sua liberdade de expressão.
Essa inércia manteve o foco em vocês. Serviu para manter uma identidade que girava em torno de “eu, eu, eu”. Vocês se tornaram vítimas de seu próprio processo de cura.Nós compartilhamos esse ponto de vista com vocês porque em seu horizonte está outro grupo bem maior de almas. Eles estão de fato vivendo na Terra e justamente se tornando conscientes dessas sementes sagradas. Nós vemos esse grupo enumerando entre os milhões, sentido essa urgência em mudar, com muitas questões sem resposta.
Estão começando a desviar sua atenção de um sistema de suporte que não mais corresponde ao que foi propagandeado. Estão começando a reconhecer sua expressão única criativa numa variedade de serviços e produtos que não haviam notado antes.Agora, a tempestividade dessa mudança é linda. Muitos de vocês esperaram a vida inteira por esse momento. Vocês também ficaram entediados e decepcionados com a hora dessa virada. Qual a vantagem de servir à mudança se ninguém está ouvindo? Nós escutamos e honramos sua paciência.
Nós agora convocamos aqueles que estão escondidos em relações rotineiras, empregos chatos e corpos cansados. Portadores da semente, a hora é agora! Onde está sua paixão? Quando irá expressá-la?Servindo à vidaEu, Miguel, prometi a cada um de vocês que faria o que pudesse para lembrá-los de seu serviço a essas sementes sagradas. Eu lhes pergunto novamente, a quem estão servindo? Pois sua mente tentará lhes convencer de que a vida não precisa de sua paixão. Não precisa de sua alegria. Sua mente tentará lhes convencer de que sua frágil auto-estima apenas se sentirá humilhada se vocês arriscarem expor os desejos de seu coração. Há também esse pequeno, porém vibrante grupo de humanos que está agora conscientemente servindo a vida, esperando que se junte à festa.
Convidando-os a compartilhar seus dons criativos para toda humanidade ver.Nós diremos mais uma vez, a família chamada humanidade está começando a despertar de seu próprio pesadelo. Vocês não estão aqui para se colocar em um púlpito e declarar a verdade a respeito de algum Deus. Suas criações carregarão sua mensagem, infundida da presença de sua alma. Deverão, no entanto, ser visíveis ao olho humano. Sua família humana estará procurando por uma autêntica representação de um campo unificado de consciência.



Quão importante é isso? Deixe-me ser bem claro... é ”obrigatório” nesse momento! Obrigatório se a mudança é o que você serve! Se uma nova consciência é o que você está verdadeiramente celebrando!Eu não venho nesse dia para dar-lhes previsões de tempo. Vocês podem sentir o que está por vir! Eu venho para honrar seu serviço à vida me dirigindo a essa nuvem de inércia. Convide-me ou à Yeshua para dentro de sua vida.
Nós somos muito hábeis em ajudar a inflamar uma nova paixão, que coloca o “eu” no banco de trás. A nova consciência é sobre o “nós”, e estamos aqui para louvar seus novos desejos. A vida está chamando cada um de vocês para sair de sua zona de conforto não porque queremos que se machuquem. Querida alma, ouça-nos... você está se machucando nesse exato momento se não estiver servindo as suas habilidades criativas.
Essas sementes da mudança não irão germinar se forem plantadas pela mente. A mente não tem idéia do que fazer com elas. Está na hora de sua mente passar a servir a mudança! Pare de importunar essa família chamada humanidade ao negar-lhe evidências tangíveis de que a vida é verdadeiramente sagrada.
A vida quer mais que tudo servir a si mesma através de VOCÊ. O novo serviço é sua paixão em ação. É hora de se juntar a festa e deixar que comecem as criações.

Todas as nossas bênçãos,Miguel

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Comentário Critico de Jussara Trindante sobre Espetáculos da Mostra Matraca de Teatro de Rua

Queridos amigos da RBTR e Núcleo de Pesquisadores de Teatro de Rua:
Gostaria de começar o ano compartilhando com todos uma pequena parte da feliz experiência de participar, como pesquisadora, do II Encontro Matraca de Teatro de Rua do Maranhão. O evento foi realizado em outubro de 2009 mas, de lá pra cá, a falta de tempo (principalmente) dificultou muito o compromisso de escrever sobre os espetáculos vistos, tarefa que venho tentando cumprir na medida do possível. Assim, peço desculpas pelo atraso e por não ter conseguido escrever sobre todos os espetáculos; entretanto, reafirmo o compromisso de tentar manter, mesmo que num ritmo vagaroso, o fluxo de textos, reflexões e comentários acerca das atividades de teatro de rua que porventura tenha a oportunidade de participar ou assistir.
Espero que os meus escritos possam dar uma ideia do belo trabalho realizado pelo Circo de Cidadania Palco e Picadeiro em São Luís. Parabéns a Afonso Barros, Dathy Bezerra, Diana Mathos e Michelle Cabral, a quem agradeço novamente a oportunidade e o carinho!
Parabéns ao incansável Luiz Pazzini e à valente Raquel Franco!
Abraços e bjs
Jussara Trindade

SÍSIFO IN WORK
Alunos de Interpretação Teatral I - Curso de Licenciatura em Teatro da UFMA



A performance Sísifo in work foi realizada no primeiro dia do II Encontro Matraca de Teatro de Rua, em São Luís do Maranhão. No final da manhã, por volta das 11h sob o sol escaldante da Rua Grande, movimentado centro comercial da cidade, muita gente suada e apressada lutava por uma passagem nas calçadas estreitas; talvez estivessem em busca de presentes, já que nos aproximávamos do Dia da Criança, 12 de outubro. Eu procurava ansiosa por algum sinal de “atividade teatral”, pois não via nada além de gente e mais gente, até onde a minha vista alcançava. E a rua parecia não ter fim!
Então, avistei um grupo de atores que vinha pelo meio da rua, diretamente em minha direção. Muitos transeuntes acompanhavam o lento cortejo. À frente, alguns atores caracterizados como trabalhadores de diferentes profissões conduziam com muito cuidado um enorme pneu de trator; dentro dele, uma atriz equilibrava- se com dificuldade, enrolando o corpo na mesma forma circular. Logo atrás, jovens atores e atrizes dispostos em três fileiras paralelas vinham recitando em uníssono o poema Sísifo, de Heiner Müller. Estavam, também, caracterizados: operário, professora, médico, escriturário, vendedor, simples cidadão ou cidadã. Alguns vinham descalços, ou com partes do corpo à mostra. Nada, ali, evocava sensualidade. Era uma exibição de simples corpos-máquina. Revezavam entre si as posições assumidas na coreografia de movimentos repetitivos que sugeria o lento movimentar de uma engrenagem, talvez um mecanismo a empurrar penosamente a grande pedra-roda que o belo texto de Muller descreve com tanta poesia:

“Fazer rolar a pedra, sempre a mesma,
para cima do monte, sempre o mesmo” (...)

Impossível ficar indiferente àquela imagem poderosa e magnética, que atraía para si a atenção de todos. A visível dificuldade de equilibrar o pneu e a atriz dentro dele, a longa e difícil caminhada debaixo do sol inclemente, o calor, o suor, a sede e o cansaço, tudo embalado pelo texto adágio, repetido de novo e de novo desde o início, num círculo de eterno retorno ad infinitum, a performance conseguia provocar, no espectador, as sensações físicas contidas nas palavras do texto:

“o peso da pedra aumentando,
a força do trabalho diminuindo com a subida...”

E tornava terrivelmente verdadeiro o presumível desfecho da empreitada:

“Esperança e decepção. Arredondamento da pedra.
Desgaste recíproco de homem, pedra, monte. Até o clímax sonhado.”

Alguém perguntou, do meu lado: “É greve?” E alguém respondeu: “Parece que é só teatro...” Uma senhora indignada exclamou alto, da calçada: “É isso mesmo! A gente trabalha, trabalha, e a força vai só diminuindo, até a gente envelhecer”. Muitos comentavam, observavam, acompanhavam, tão compenetrados quanto os atores. O público demonstrava grande respeito pela performance, talvez por identificação com o tema ou mesmo pela total concentração e seriedade dos atores. Percebia-se uma alteração no ato de caminhar dos transeuntes, transformados momentaneamente em espectadores- atuadores. Vários entravam em sintonia rítmica com o deslocamento do grupo, e passavam a andar lentamente a seu lado. O público aceitava a interferência, admitindo uma ressignificação temporária daquele lugar e modificando, propositalmente, o seu frenético movimento cotidiano.
Apenas alguém não teve a mínima sensibilidade para com o esforço sobre-humano de Sísifo: como um sintoma da grave doença urbana que tenta, de todas as maneiras, subtrair o espaço público do cidadão, foi justamente o motorista de um carro-forte, desses que levam “valores” pela cidade, quem mais se impacientou com a lentidão do cortejo e ficou ameaçadoramente atrás da última fileira, acionando a sirene bem perto dos atores e exigindo que a performance lhe “abrisse passagem”. Ironicamente, o caminhão exibia o letreiro “CEFOR – segurança e informação” na couraça blindada. O diretor Luiz Pazzini, que vinha com um megafone ao lado do grupo, trajando macacão e capacete de operário, ainda resistiu por algum tempo; mas a situação foi ficando insustentável e, finalmente, ele conduziu a performance para seu desfecho final, com os atores e atrizes recitando em uníssono o poema pela última vez, em círculo. Embora um tanto “doutrinário”, foi um final belo e emocionante.

São Luís, 08 de outubro de 2009


ESPETÁCULO CIRCULUZ BRINCANTE – Raquel Franco e Tapete Criações Cênicas

Era um espaço calçado, num canto da Praça Deodoro, em São Luís. Ao lado havia um Ponto de Táxi onde alguns homens conversavam, aguardando clientes sob as árvores. Ali, foi montada uma estrutura metálica muito alta de onde pendia um tecido vermelho, até então amarrado numa das “pernas” laterais. Em seguida, já como a palhaça Keke Kerubina, Raquel Franco andava de um lado para o outro conversando com o público, em sua maioria crianças sentadas em semicírculo, onde a generosa sombra das árvores amenizava um pouco o sol escaldante. Era bom ver aquela figura cheia de doçura andando de lá para cá com seu enorme vestido sobre uma malha de listras horizontais e imensos sapatos coloridos que lhe davam o caminhar desajeitado dos palhaços. Andar esquisito, com os joelhos subindo mais do que o normal a cada passo, como se andassem num terreno pegajoso ou alagado. Com esse andar já meio caindo, os palhaços estão sempre brincando com o equilíbrio – ou a falta dele. E assim vão, caminhando torto e desengonçado pela vida afora. Fazendo os seus sempre estranhos afazeres, em eterno desequilíbrio. Esse é um dos segredos do palhaço: ficamos esperando ele tropeçar para rirmos dele... e ele sabe que a gente sabe, e fica esperando o momento exato de uma distração nossa para só então tropeçar e fazer a gente rir! Todos sabemos que o palhaço vai errar, tropeçar, cambalear; mas ele sempre consegue pegar a gente de surpresa. Ele é o dono do jogo, mesmo que seja o jogo de errar tudo. A sua arte reside em brincar com a instabilidade, com o movimento perpétuo, com o desequilíbrio que leva à necessidade de se inventar um novo equilíbrio; em desafiar o mundo “normal” em que as coisas estão – ou deveriam estar - firmemente assentadas em seus devidos lugares.
Então Keke pendura uma rede – invenção da mais pura genialidade indígena-nordestina- brasileira - na grande estrutura, deita, deixa todo mundo com inveja daquele conforto. De repente, pega uma almofada e... voilá! A almofada vai para baixo do vestido e vira uma barriga enorme. Keke, a palhaça, está grávida! E vai parir ali mesmo, na praça, diante de todos! Segurando a barriga com uma mão e gesticulando com a outra, caminhando já quase em posição de parto, Keke vai puxando assunto com os espectadores, perguntando pelo pai da criança e dando muitos motivos para a meninada “zoar” de algum amigo, entrando com gosto na brincadeira tão séria de descobrir “quem é o pai da criança”. Parodiando o ritual sagrado do parto, com o auxílio confuso do “pai” encontrado entre os presentes – um garoto do público - Keke dá à luz ali mesmo, na rede. Aparecem dois bebês “que já nascem artistas” e se deixam rodopiar pelo ar nas mais doidas estripulias, levados pelo cordão que “mamãe” manipula com maestria. São dois carretéis: um maior, que é o mais velho, e um menor, o caçula. Enquanto rodopiam pelo ar, Keke conversa com seus “rebentos”, incentivando os pimpolhos em suas aventuras. A cada giro, uma expressão de afeto e orgulho. Nada de medo, só aceitação e encorajamento. Naqueles poucos minutos, a atriz consegue despertar no público a ternura que somente as crianças pequenas são capazes de ver nos objetos inanimados. Dotados agora de vida, os carretéis transformam- se em criancinhas esforçadas, em pleno aprendizado do ofício circense. A palhaça apresenta não apenas um número de destreza com esses “materiais de cena”, como se esperaria desse tipo de apresentação. Há ali, também, uma dramaturgia, uma cena teatral, onde três membros da mesma família interagem criando expectativa na platéia, arriscam um movimento mais complexo, erram e tentam novamente, estimulam-se mutuamente, exibindo sua performance. Não é apenas Keke, mas toda a “Família Keke” em cena. A artista se multiplica, a magia do circo se espalha nos rostos sorridentes; crianças e adultos, somos agora todos crianças e desejamos Keke como nossa mãe – protetora, confiante, brincalhona, capaz de rir de nossos pequenos erros e de estimular-nos a tentar de novo, e de novo, de outro jeito.
Depois do Gran finale, em que um movimento mais arriscado do pequenino equilibrista arranca calorosos aplausos da assistência, Keke solicita a uma espectadora que seja sua colaboradora, no número seguinte. Agora, ela organiza o espaço de ação e inspeciona os equipamentos, porque irá realizar a perigosa façanha de subir pelo tecido. Novamente, a artista surpreende pela originalidade que confere à apresentação, fazendo dessa conhecida técnica circense uma performance teatral. Pede à moça que leia, diante de um microfone de pedestal, um roteiro que deverá ser cumprido rigorosamente, orientando a tarefa “de grande perigo e impacto”. E assim vai, seguindo cada instrução, não sem antes confundir as pernas ou a posição dos braços; repete lentamente e em voz alta as palavras de sua partner simulando atenção, mas erra sempre em algum detalhe, levando os pequenos espectadores aos berros, na tentativa de alertarem a atrapalhada ginasta. A subida é penosa; e Keke a valoriza ainda mais com a lentidão e os “erros” que a fazem repetir tudo novamente; seu “pânico” aumenta a cada metro galgado. No final, a queda perfeita em giro, com o tecido desenrolando de seu corpo e... tcham tcham! Eis Keke de volta ao chão, sã e salva! Ela passa o chapéu (aliás, o carretel) e ninguém escapa: espectadores, taxistas, transeuntes e casais de namorados que assistiam, do outro lado da praça, à apresentação. Poucas vezes, num espetáculo de rua, o “chapéu” me pareceu tão simbólico; que pagamento estaria à altura de tanta ternura em cena?
Recentemente, mais e mais pesquisadores têm-se dedicado ao estudo da complexa arte do palhaço. Para além das técnicas circenses - inúmeras e imprescindíveis - esta figura milenar transcende com sua magia quaisquer distâncias espaciais e temporais, percorrendo sob incontáveis formas todas as culturas do globo, das mais antigas às contemporâneas. O que explicaria o fascínio que o palhaço exerce sobre nós? Na busca de uma possível resposta, recorro a Carl Gustav Jung, psicanalista e discípulo dissidente de Freud que estudou profundamente as imagens criadas pela psique humana, registradas nas produções artísticas e religiosas de diferentes culturas, em também diferentes lugares e épocas. Com base nessas investigações, Jung formulou a sua teoria do Inconsciente Coletivo, a partir da qual buscou alcançar a lógica interna de fenômenos humanos e sociais até então considerados incompreensíveis: os sonhos, os mitos, a religião, a guerra. Jung e seus seguidores também pesquisaram ciências simbólicas como a Alquimia, o I Ching e as antigas cartas do Tarot. Este último é particularmente interessante para nós, pois permite-nos compreender a figura do palhaço como uma personificação do Arcano (ou carta) Zero - o Louco. No baralho moderno ele sobrevive como o Coringa, carta sem propósito específico, mas que paradoxalmente serve a todas as funções, tal como o número que o rege. Assim como o Louco e o palhaço, o Coringa liga dois mundos: o cotidiano e o da imaginação. Ou, ainda, estabelece uma passagem entre o oceano caótico do Inconsciente Coletivo e a terra firme da consciência. Por isso, sua marca é a ambivalência entre sabedoria e desatino. É o Louco interior quem nos empurra para a vida, pois a sua energia varre tudo o que estiver à frente, como um vento forte carrega as folhas secas pelo ar. Ele gosta do risco e não da segurança; ama a liberdade, deseja viver a vida com espontaneidade; o mundo é a sua casa. O Louco é andarilho porque sabe que o conhecimento está no mundo. Mas, ainda que eternamente errante, confere-se ao Louco um papel especial na ordem social, porque seu impulso é o que move a humanidade.
Na Idade Média, era tarefa do Bobo da corte – uma outra das inúmeras faces do Louco - lembrar ao rei a sua insanidade, a finitude da carne, o pecado da arrogância e do orgulho. E o palhaço de hoje cumpre ainda as mesmas funções, tanto nas “cortes palacianas” atuais, como nas ruas do mundo. Como Saltimbanco, Arlequim, Carlitos, Palhaço da Folia de Reis ou Cazumbá, o arquétipo do Louco continua movendo-se fora do espaço e do tempo, com o espírito habitado pela profecia e pela poesia, inspirando em segredo os artistas de todos os tempos. Acho que vem daí o fascínio do palhaço; talvez precisemos dele, mais do que ele de nós! Como as sábias palavras de Márcio Libar, encontradas numa abertura ao acaso, do seu livro A nobre arte do palhaço: “meu palhaço me cura todos os dias...” Por isso, rogo a todos os Cuti-Cuti, Picolinos, Carequinhas, Grandes e Pequenos Cafés, Marias, Margaritas, Palitas, Kekés Kerubinas e tantos outros palhaços e palhaças, que continuem suas andanças pelo mundo curando as feridas do nosso triste cotidiano, com suas graças demasiadamente humanas e sua Graça imensamente divina.

São Luís, 10 de outubro de 2009

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Virá da Palhaçada 2009 - Mostra de Circo e Teatro de Rua

VIRÁ DA PALHAÇAD 2009- MOSTRA DE CIRCO E TEATRO DE RUA



EM DEZEMBRO TODOS OS PALHAÇO E PALHAÇAS DO MUNDO COMEMORAM O DIA INTERNACIONAL DO PALHAÇ@ MAIS PRECISAMENTE NO DIA 10 DE DEZEMBRO E AQUI NO MARANHÃO O MCTR-MA REALIZA A VIRÁ DA PALHAÇADA


QUE ESTE ANO CONTOU COM UMA MOSTRA DE CIRCO E TEATRO DE RUA


VEJAM ALGUNS MOMENTOS UNICOS DETE ENCONTRO DE ALEGRIA E ENCANTAMENTO:



CORTEJO



em destaque(Flori, Fulustreca, Ribuliço e Bolofo)





palhaç@s manga rosa, fulustreca e biruta








Apresentação no terminal do integração do espetáculo "Um Dia de Clown" com Gilson Cesar


Cia Circense de Teatro e Bonecos




Palco do Circo da Cidade repleto de palhaço


no dia 10 de Dezembro


valeu galera!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Palhaço Umbigulindo na perna de pau durante Cortejo








A nova geração Biluca fafa e Biloca



Cena do espetáculo Brinquedo Circense - Tapete Criações Cênicas